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Iberian Historic Endurance demonstra a sua competitividade em Navarra

A caravana do Iberian Historic Endurance dirigiu-se este fim de semana até ao norte de Espanha para a sexta prova da temporada. No moderno Circuito de Navarra voltaram a ouvir-se os sons do roncar dos fascinantes motores de outros tempos.



  • Puig e Navarrete foram os mais rápidos em pista

  • Davila vence H-1976 e Barbot a H-1965

  • Tremendas corridas na H-1971 e GDS

  • Vencedor especial no Index de Performance

No traçado de 3,933 quilómetros de perímetro do circuito de Los Arcos, neste sábado realizou-se a sessão de qualificação e a primeira corrida desta jornada dupla, durante a qual os concorrentes do Iberian Historic Endurance esgrimiram argumentos em pista, num excelente espectáculo dentro do espírito desportivo da competição - “Relaxed Historic Racing”.



QUALIFICAÇÃO

Com os raios de sol a romperem uma manhã fresca, pilotos e máquinas tiveram um primeiro contacto matinal com a pista que o Historic Endurance não visitava desde 2018. No início da tarde, decorreu então a ansiada sessão de qualificação de 40 minutos. Com diferentes estratégias, as mais de três dezenas de carros, que na sua era abrilhantaram os circuitos por onde passaram, fizeram-se ao asfalto na procura do melhor tempo possível.

A dupla espanhola Jordi Puig/Fernando Navarrete, no sempre espectacular Ford GT40 inscrito na classe GTP & SC, concluiu a sessão com o melhor tempo, indo de acordo ao seu estatuto de grande favorito. Domingos Sousa Coutinho e Rui Maia foram os melhores dos H-1971, enquanto posicionaram o BMW 2800 CS na primeira linha da grelha de partida. Os franceses Florent Cazalot (Lotus Seven) e Stéphane Rey/Mathias Rey (Crosslé 7S), que acabou por não alinhar, colocaram os seus carros da classe GTP & SC na segunda linha da grelha de partida, ao passo que a terceira foi dividida por Eduardo Davila (Porsche 911 3.0 RS), o mais rápido dos H-1976, e Carlos Barbot (Lotus Elan R), o mais veloz dos H-1965. Luís Sousa Ribeiro, no seu competitivo Ford Cortina Lotus, fez o melhor tempo entre os GDS.


CORRIDA

Arrancando da primeira posição, Jordi Puig e Fernando Navarrete realizaram uma corrida autoritária com o fabuloso Ford GT40 e sem deslizes repetiram o triunfo conquistado em 2021 em Jarama. Florent Cazalot foi um justo segundo classificado após uma corrida sem sobressaltos. Savinien Legeleux (Lotus Seven) completou o pódio da categoria GTP & SC, ele que com certeza se divertiu ao imiscuir-se na luta dos homens da frente da classe H-1971.


O terceiro a ver a bandeira axadrezada na tarde de sábado foi o Porsche 911 3.0 RS de Eduardo Davila, o que valeu ao piloto espanhol o triunfo entre os H-1976, imediatamente seguido pelo Elan 26R de Carlos Barbot, que desta vez a solo voltou a saborear o triunfo na categoria depois da vitória no Estoril Classics. O piloto da Oporto Racing finalizou com um certo avanço sobre o segundo classificado da classe, o francês Vincent Tourneur (Porsche 365 Speedster), que com muito esforço conseguiu levar o seu carro até ao final e festejar uma outra vitória (Index de Performance).


Ainda no que respeita aos H-1976, se o triunfo de Davila foi indiscutível, a batalha pelas restantes posições de honra esteve sempre muito mais “aberta”, com o duo gaulês Mathieu Izidi/Rémi Guillot (Porsche 911 2.7 RS) a superar a dupla Ricardo Pereira/Nuno Breda (Ford Escort) num tête-à-tête pelo segundo lugar, o que mesmo assim não retira relevância ao resultado da dupla portuguesa, pois este foi o seu primeiro pódio na competição de clássicos mais prestigiada da Península Ibérica.


Numa corrida que teve sempre motivos de interesse, o ponto alto foi sem dúvida a discussão pela vitória na classe H-1971. O BMW de Domingos Sousa Coutinho/Rui Maia liderou as primeiras duas voltas até abandonar. A partir desse momento, a luta pelo triunfo ficou entregue a Joaquim Soares (Lotus Elan) e a Paulo Lima (Ford Mustang). O imponente carro norte-americano saltou para a frente do Lotus laranja logo nos primeiros metros da corrida, mas a luta particular entre estes dois carros, que rodaram sempre ao mesmo nível, foi “complicada" pela presença do Seven de Savinien Legeleux e a ameaça presente do Porsche 911 2.5 ST de Vincent Jimenez. Soares ultrapassou Lima na paragem obrigatória nas boxes, mas nunca pôde baixar os braços, porque a curta margem não era suficiente para desafogos. Aliás, num despique que durou quase toda a corrida, os dois carros cortaram a linha de meta separados por apenas dois segundos. Vincent Jimenez foi um legítimo terceiro classificado.


Na categoria Gentleman Driver Spirit (GDS), Luís Sousa Ribeiro conseguiu rapidamente fugir ao francês Michel Mora (Porsche 911 SWB) nos primeiros momentos da contenda e os dois isolaram-se na frente, até que este último acabou por abandonar. Nuno Nunes, que desta vez correu sozinho, teve o mérito de levar o Porsche 911 SWB preparado pela Garagem João Gomes ao segundo posto. Um pouco atrás, na primeira metade da corrida, assistiu-se a um duelo a quatro muito engraçado e que teve como protagonistas Piero del Maso (Porsche 911 SWB), Carlos Beltran (Porsche 911 SWB) e ainda Carlos Santos (Ford Escort - H-1976) e Jorge Guimarães (Volvo 121 - H-1971). A “jogar em casa”, Carlos Beltran levou a melhor e subiu ao último degrau do pódio.


UM VENCEDOR ESPECIAL NO INDEX DE PERFORMANCE


O Index de Performance, onde o vencedor não é o primeiro carro a cortar a linha de meta, mas sim aquele que executar em pista a melhor prestação em função da idade, cilindrada e tipo de carroceria, teve o seu quinto vencedor diferente esta temporada. O exemplar oferecido pelo prestigiado relojoeiro suíço Cuervos Y Sobrinos atribuído na corrida de hoje será amanhã entregue ao francês Vincent Tourneur, piloto do Porsche 365 Speedster branco à James Dean.

Para além de ser uma figura das provas de clássicos, este piloto francês também é um dos poucos pilotos paraplégicos internacionais na disciplina. Um ex-velejador profissional nos anos 1970s, a sua vida mudou em 2003 na sequência de um acidente profissional. Recusou-se a deixar que o seu destino fosse reduzido a "três botões" e participou nas maiores corridas do mundo de ralis clássicos, incluindo a Tour Auto e a Mille Miglia, e faz provas de velocidade com regularidade. Habitué do Historic Endurance, Tourneur participou na última edição do Dakar Classic.

Na segunda posição do Index de Performance ficou Luís Sousa Ribeiro, enquanto que a dupla britânica Ellie Birchenhough / Nick Topliss, em Austin Mini Cooper S, terminaram na terceira posição.

O Festival de la Velocidad de Navarra prossegue este domingo e a segunda corrida do fim de semana, com igual duração de 50 minutos, terá lugar amanhã pelas 12h55 (hora local).




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