- 45 carros e mais de 70 pilotos à partida
- Modelos icónicos e vários campeões nacionais
- Cinco categorias que prometem uma corrida emocionante
O Iberian Historic Endurance, a competição de clássicos mais prestigiada da Península Ibérica, que este ano está a realizar a sua nona temporada, vai apresentar-se a rigor no Estoril Classics, um evento que já se tornou ponto de passagem obrigatório no roteiro europeu de grandes eventos de clássicos.
Com mais de setenta pré-inscrições, a Race Ready teve que realizar uma refletida selecção para reunir na 6ª edição do Estoril Classics uma grelha de partida de excelência, onde se acentua a diversidade, com quarenta e cinco viaturas de Turismo e GT, separadas em cinco classes, que espalharam magia nos diversos palcos nacionais e internacionais entre 1965 e 1976.
Destaque para a presença na quinta prova da temporada de 2022 de duas máquinas raramente vistas a competir em Portugal, como é o caso do Porsche 904/6, um carro construído pela Porsche para satisfazer a definição da FIA de carro de GT, ou do Ginetta G4R, um dos modelos de maior sucesso do pequeno construtor automóvel britânico. São dez as marcas de automóveis representadas nesta colorida grelha de partida, onde se destacam modelos icónicos do automobilismo mundial, como o 911 da Porsche, o E-Type da Jaguar, o Escort da Ford, o Elan da Lotus ou o GTAm da Alfa Romeo.
Entre os mais de sessenta pilotos, de nove diferentes nacionalidades constam nomes que dispensam apresentações no automobilismo nacional, como Mário Silva que fará equipa com Carlos Tavares, experimentado piloto de clássicos e figura de proa da indústria automóvel mundial. Igualmente presentes estarão alguns campeões nacionais, como Alcides Petiz, Carlos Barbot, Rui Bevilacqua, Fernando Soares, Francisco Carvalho ou Joaquim Soares, todos eles também nomes consagrados das provas de clássicos da actualidade.
Para Diogo Ferrão, o CEO da Race Ready, o promotor do Iberian Historic Endurance, esta será uma corrida especial: “O Estoril Classics já se tornou um ‘must do’ em termos europeus e portanto o evento mais esperado para os nossos participantes da Península Ibérica. Assim, com mais setenta pedidos de inscrição, tivemos de fazer uma escolha ponderada de que carros íamos aceitar em função da diversidade, do comportamento em pista e claro da frequência de participação. Esperamos assim ter uma fantástica corrida naquele que é o evento mais esperado do ano.”
Com uma sessão de qualificação na tarde de sábado, a corrida de 50 minutos do Iberian Historic Endurance irá encerrar o preenchido programa do Estoril Classics 2022 às 17h30 de domingo.
ANTEVISÃO:
GDS: Palavra aos mais pequenos
A classe Gentlemen Driver Spirit (GDS), que engloba todas as viaturas equipadas com motores até 1300cc e todos os carros de Turismo até 2000cc, reúne um leque sortido de viaturas, incluindo o curioso Fiat 128 SF da dupla José Moreira/Paulo Antunes ou o Datsun 1200, um modelo que diz muito aos aficionados de automobilismo em Portugal, a ser conduzido por João Neves. Já Rui Belivacqua, cuja presença no automobilismo se estende por cinco décadas, vai tripular um Alfa Romeo Giulia Ti Super, enquanto que Luís Sousa Ribeiro traz o seu competitivo Ford Cortina Lotus, um modelo resultante da mestria de Colin Chapman no início dos anos 1960s.
A este quarteto juntam-se quatro Porsche 911 SWB, todos eles conduzidos por pilotos com provas dadas no Historic Endurance. Os franceses Vincent Tourneur e Michel Mora, este último piloto que subiu ao pódio no último Pau Classic Grand Prix, vão guiar a “solo” os seus belos “short wheelbase” germânicos, ao passo que o espanhol Carlos Beltrán, responsável máximo da equipa Nou Onze Team, fará parelha com o compatriota Pablo Tarrero. O trio português composto por Piero dal Maso/Nuno Nunes/José Carvalhosa, irá encontrar-se no 911 SWB preparado pela Garagem João Gomes.
H-1965: Equilíbrio perfeito entre elegância e velocidade
Há quem diga que foi na década de 1960s que se construíram os carros mais elegantes da história e, talvez por isso, não é por acaso que vão aparecer nesta categoria de carros construídos até 1965 os mais chamativos da grelha de partida. Para além do Porsche 904/6, proveniente da Dinamarca, a ser dividido por Thorkild Stamp e Michael Holden, vão também alinhar os bem aprumados 356 das duplas ibéricas Pedro Moriyon/João Carvalhosa, vencedores do Index de Performance na última prova disputada em Portimão, e Guillermo Velasco/Francisco Freitas, cujo modelo SC se destaca pela lendária decoração da Gulf.
O robusto Ford Mustang do holandês Bart Uiterwaal dará nas vistas não só pelo seu tamanho, mas também pelo roncar do motor de 4,7 litros. Oposição virá dos carros fabricados no Reino Unido, aonde se inclui o Ginetta de Palle Pedersen e dois preciosos Jaguar E-Type que regressam à competição mais prestigiada da Península Ibérica, ambos com a curiosidade de terem duas senhoras especialmente rápidas ao volante. Lisa Schwartz fará equipa com o pai Christophe, enquanto Rhea Sutter dividirá as despesas de condução com o reputado preparador Andy Newall, eles que terminaram no segundo posto da geral nas 3 Horas de Spa.
A completar este pelotão, três Lotus vão fazer a delícia do público: Carlos Barbot, um múltiplo vencedor em provas de clássicos internacionais, irá conduzir no autódromo o seu Elan 26R, o sueco Per-Ake Forsvall tentará repetir o bom andamento mostrado nas ruas de Pau aos comandos do seu Elan e Robin Ellis, vencedor do Index de Performance na prova francesa, trocará para esta prova o seu menos potente Lotus Elite por um mais acelerado Elan 26R.
H-1971: Quando a qualidade e a quantidade se encontram
São catorze os carros que vão disputar as honras desta classe, onde há um pouco de tudo, incluindo cinco Alfa Romeos, um deles versão GTA Corsa do alemão Christian Oldendorff, uma viatura preparada com cuidado e handwerkskunst pela Fernandes Oldtimertechnik, em Hamburgo, oficina que também cuidará nesta corrida do exemplar de Volker Hichert e Björn Ebsen. Com igual empenho e muito trabalho, a RP Motorsport colocará dois GTAm em pista para as duplas Roberto Díaz Rincón/Francisco Sottomayor e Jorge Santos/Alcides Petiz, enquanto João Sardinha tem a seu cargo outra unidade em tudo idêntica para compartir com Mário Neto e Pedro Gonçalves.
Com Francisco Carvalho e Miguel Ferreira ao volante, o Ford Escort RS1600 preparado por Antero Pereira é um incontestável candidato ao triunfo, assim como é o Ford Escort que Mário Silva, um nome incontornável do automobilismo nacional, vai estrear na companhia de Carlos Tavares, perfazendo uma das duplas mais célebres de todo o evento.
Motivado pelas vitórias obtidas na prova anterior, disputada em Portimão, Joaquim Soares vai novamente tentar destacar-se com o seu ágil Lotus Elan laranja, algo que Domingos Sousa Coutinho e Rui Maia quererão fazer de igual forma ao volante do vigoroso BMW 2800 CS.
Numa classe tão heterogénea seria inevitável não encontrar uns quantos modelos da Porsche. Serão quatro os exemplares e três deles modelos diferentes: o “habitué” espanhol Manuel de la Torre trará o seu 914/6, carro fruto da colaboração entre a Porsche e a Volkswagen, Carlos Brízido pilotará um apolíneo 911 ST, o ex-vencedor das RallyClassics Series Jordi Prenafeta guiará um 911 2.5T e o trio Piero dal Maso/Nuno Nunes/José Carvalhosa dividirá a condução de outro 911 2.5T.
Last but not least, o imponente Ford Mustang de Paulo Lima, Bruno Lima e José Paradela, além de ser um carro que não se pode ignorar na luta ao cronómetro, acrescenta à corrida o “pedigree” de uma viatura que há cinquenta anos competia nas pistas americanas.
H-1976: Dearborn quebra monopólio de Estugarda
Deste grupo saiu o primeiro a ver a bandeira de xadrez nesta mesma corrida em 2021. Presença habitual nas provas internacionais de clássicos, o dinamarquês Lars Rolner vai tentar repetir o triunfo conquistado no ano passado com um dos oito Porsche 911 3.0 RS inscritos, entre os quais está igualmente o arquétipo que vai ser tripulado pela sua esposa, e tal-qualmente veloz, Annette Rolner.
Oriundos de Espanha alinharão dois competitivos 911 3.0 RS, um para o duo Juan Alonso/Jose Antonio Zorrilla, que este ano subiu ao pódio na Corrida Los 80 no fim de semana “Supercars en Jarama”, e outro para Eduardo Davila, vencedor da primeira corrida do Historic Endurance no “Algarve Summer Party” no passado mês de Julho.
Ainda entre o leque de carros da marca de Weissach, as cores nacionais estão representadas por quatro 911 3.0 RS, todos eles bem conduzidos e magistralmente preparados pela Aurora Motorsport, o braço desportivo da histórica Garagem Aurora. Mário Meireles fará equipa com Vasco Nina, que impressionou nas curvas e contracurvas de Pau, enquanto que Bruno Duarte e Filipe Jesus, segundos classificados da classe H-1976 em Portimão, procuram novo podio na sua época de afirmação. A relativa inexperiência do “rookie” Bruno Santos, que continuará a sua aprendizagem no fim de semana, contrasta com o traquejo do dueto Miguel Vaz/Fernando Soares, vistos há oito anos a correr juntos nesta competição de sucesso promovida pela Race Ready.
Para quebrar o monopólio dos Porsche estão dois Ford Escort. Um será tripulado por Filipe Nogueira, filho de Joaquim Filipe Nogueira, um dos ases do volante mais conceituados em Portugal nas décadas de 1950s e 1960s, e o outro será dividido pela dupla Carlos M. Santos e Carlos A. Santos.
GTP & Sports Car: Reencontro de velhos conhecidos
João Mira Gomes/Nuno Afoito, num arguto Lotus Seven, e Paulo Rompante, aos comandos de um Alfa Romeo Ti Super nas especificações GTP, reeditam o duelo amigável do ano passado nesta mesma corrida. Em Outubro de 2021, o carro italiano levou a melhor por dez segundos, mas o duo do bólide britânico chegará ainda mais motivado para este confronto, pois desta vez é a vitória à classe que se decidirá no traçado desenhado pela caneta do arquitecto (e ex-futebolista) brasileiro Ayrton Lolô Cornelsen.
Uma nota final para a participação de Jorge Cruz, num BMW 323i, um carro habitualmente visto a lutar pelas posições cimeiras na Carrera los 80 e que será inscrito neste evento como “convidado”.
A lista de inscritos de reserva conta com dez concorrentes que tomarão o lugar na grelha de partida em caso de uma eventual desistência antes do evento de qualquer um dos inscritos.
Index de Performance: Classificação que oferece um Cuervo Y Sobrinos
Com o mote “Relaxed Historic Racing” e o objectivo de proporcionar corridas animadas de clássicos para Gentlemen Drivers nos melhores eventos e circuitos do sul da Europa, não há prova do Historic Endurance sem o Index de Performance. O vencedor desta classificação frequentemente sai do naipe de viaturas de menor cilindrada. Na edição do ano passado, o francês François Guerin triunfou com o seu Porsche 356, levando para casa um belíssimo exemplar do prestigiado relojoeiro suíço Cuervo Y Sobrinos. Nesta edição são vários os candidatos ao tão cobiçado prémio, onde o vencedor não é o primeiro a cortar a linha de meta, mas sim aquele que executar em pista a melhor prestação em função da idade, cilindrada e tipo de carroceria, sendo favoritos os Porsche 356, o Datsun 1200, os Lotus Elan e Cortina, mas podemos esperar uma surpresa do Fiat 128 SF.
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